Seu condomínio está em dia com a proteção contra incêndio?

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Por José Eduardo Santos

Quando se trata de proteção contra incêndio, há dois aspectos aos quais devemos ficar atentos. O primeiro diz respeito à prevenção e o segundo se refere à estrutura para minimizar as consequências, caso um incêndio venha de fato a ocorrer. Neste caso, a Brigada de Incêndio tem um papel fundamental para evitar que o fogo se alastre. Os edifícios são obrigados por lei a ter grupos treinados, cujo número de pessoas varia de acordo a quantidade de residentes e estrutura do prédio. O grande desafio está na formação da Brigada, visto que grande parte dos moradores não entende a importância da sua participação e do treinamento preventivo.

Muitos condomínios, porém, se esquecem de quanto é importante prevenir. O investimento na prevenção de incêndios traz um retorno maior do que qualquer outra aplicação, mas acaba sendo deixado em segundo plano, já que a tendência é sempre cuidar primeiro do urgente, deixando o importante para depois. Além disso, muitos condomínios acabam focando na sorte, contando com o otimismo e achando que tudo é uma questão de pensamento positivo: vira essa boca para lá, aqui não vai acontecer, seria muito azar e outras expressões desse tipo retratam bem o quanto se leva na sorte um assunto que é puramente técnico e que pode evitar tanta dor e transtorno para muitas famílias. Vejamos então as indicações de uma engenheira especialista no assunto sobre como prevenir que uma tragédia marque para sempre a vida de vizinhos e familiares que dividem conosco o mesmo espaço.

A Engenheira Fernanda Siqueira– com formação em Eletricista, Eletrônica, Segurança do Trabalho e sócia da empresa ENGSEEMI Engenharia.

O AVCB garante que um prédio segue as normas de segurança e tem os equipamentos de proteção e combate a incêndios como alarmes, extintores, hidrantes e saídas de emergência. O documento é obrigatório e deve estar exposto. A Importância do sistema BASE OU “SUB SISTEMA” de combate a incêndios.

Ao falarmos sobre sistema de prevenção e combate a incêndios, a primeira ideia que nos vêm à cabeça são extintores, hidrantes, placas, luminárias de sinalização e etc.

Todos esses itens são de suma importância para um sistema de combate à incêndio correto, porém o sistema não se restringe apenas a eles. Há outros tão importantes quanto, que devem ser verificados em sua residência, condomínio ou comércio.            Dentre tantos pontos importantes, podemos citar dois, que são mais comuns, tanto  em edificações comerciais quanto edificações residenciais: o sistema elétrico e o sistema de proteção contra descargas atmosféricas.

Para o sistema elétrico, é sempre necessário acompanhamento técnico de um profissional habilitado, podendo ser ele um engenheiro eletricista, seja para uma nova instalação elétrica, para manutenção do sistema existente ou até mesmo para verificação geral da fiação, que deve ser realizada mensalmente. O responsável técnico qualificado instruirá qual a fiação correta a ser utilizada, indicará um fio de boa qualidade, orientará via projeto elétrico e acompanhamento in loco a correta execução/manutenção do sistema.

Um dos principais vilões de incêndios em edificações é a sobrecarga na instalação. Se a corrente elétrica está acima do que a fiação suporta, ocorre superaquecimento dos fios, o que pode dar início a um incêndio. Além disso, toda instalação elétrica deve seguir as normas vigentes, entre as principais estão a NBR 5410 e NBR 14039 utilizadas para o dimensionamento de baixas, médias e altas tensões. Do mesmo modo, a atenção deve ser voltada também aos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA). As descargas atmosféricas são mais conhecidas por causar incêndios em áreas descampadas, porém, os raios podem também causar grandes estragos em edificações, ocasionados pelo incêndio que a descarga pode provocar. Como proteção da edificação, é necessário que haja sempre um para raios instalado, pois a descarga atingirá primeiramente aquela área, sem causar danos internos ao local.

O para raios deve estar no ponto mais alto do edifício e recomenda-se que a verificação e manutenção dos para raios seja feita anualmente, por empresas especializadas, conforme instrução do fabricante. Em caso de sistemas que já tenham sofrido reparos ou reformas deve a verificação deve ser feita semestralmente.

Todos os exemplos aplicam-se a qualquer tipo de edificação, entretanto alguns fatores aumentam os riscos e faz com que essa verificação seja ela mensal, semestral ou anual sejam imprescindíveis. São eles condomínios horizontais ou verticais, pois nesses locais há maior concentração de pessoas, logo os cuidados devem ser redobrados.

É necessário fazer a manutenção nos equipamentos de segurança de combate a Incêndio (extintores, hidrantes) e manter  o auto de vistoria do Bombeiro ( AVCB) em dia, pois são exigências das Seguradoras na regulação de um eventual Sinistro (ocorrência de incêndio).

Lembre-se sempre de consultar um profissional habilitado para cuidar do seu sistema de proteção e combate a incêndio. A economia na manutenção pode gerar prejuízos enormes, tanto financeiros como para a vida dos moradores.

Você pode evitar os incêndios domésticos

Conversamos com o Capitão Bernardes, Comandante do Corpo de Bombeiros de São José dos Campos e Jacareí que orientou a realização de uma revisão regular na parte elétrica das residências; não deixar aparelhos celulares carregando durante a madrugada e, deixou como sugestão a instalação de detectores de fumaça nas residências. No caso de algum incidente, a orientação é a fuga para áreas ventiladas, andar sempre agachado, se possível colocar um pano úmido no rosto – cobrindo boca e nariz, jamais tentar combater sozinho um incêndio de grandes proporções. Acionar os bombeiros (193) imediatamente.

Outras dicas do programa de Educação Pública do Corpo de Bombeiros

  • Não deixar panelas no fogo sem supervisão
  • Nunca deixe velas, isqueiros ou caixa de fósforos ao alcance das crianças.
  • Não permita que crianças brinquem na cozinha.
  • Não ligue diversos aparelhos eletrônicos na mesma tomada.
  • Cuidado com repelentes elétricos. Esses aparelhos geralmente produzem calor para liberar o veneno. Remova-os da tomada ao sair de casa
  • Não armazene materiais como álcool, gasolina, removedor, querosene, papéis, panos, acetona, óleos e outros próximos a fontes de calor.
  • As principais fontes de calor em uma residência são: fogão, fornos, motores elétricos, aparelhos elétricos e eletrônicos, aquecedores de ambiente, aquecedores de água, lâmpadas e outros.

Forte abraço a todos!

José Eduardo Santos – Diretor do Grupo Coneleste Vigilância – MBA – Desenvolvimento e Gestão de Pessoas-FGV  – 20 anos de experiência no segmento de Vigilância, Portaria e Facilities. Especialista  em Implantações de Postos de trabalhos em condomínios de médio e grande porte nos  estados de: São Paulo, Rio de Janeiro e cidade de Salvador-BA.somando mais de 440 implantações  em condomínios residenciais e comerciais.Capacitação e Reciclagem de Profissionais em condomínios. Palestrante  sobre segurança em condomínios. Criação e Revisão nos Procedimentos de Segurança. Auditor na  documentação de Terceiros e Auditor da Qualidade ISO-9000.

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