Enquanto a maioria das pessoas está em casa, se cuidando e se protegendo do novo coronavírus, eles precisam estar na rua. Protegidos sim, mas na linha de frente e empenhados em zelar por aqueles que ainda insistem em ficar nas ruas.
Considerada como serviço essencial pelo Decreto municipal 18.479, de 23 de março de 2020, a assistência social da Prefeitura de São José dos Campos, por meio da equipe de Apoio fez 1.096 abordagens durante o mês de abril. Mais do que nunca, eles se esforçam para convencer as pessoas a deixar a condição de rua e aceitar abrigamento e graças ao trabalho deles e de toda a equipe de educadores e assistentes sociais. Hoje, 178 pessoas estão acolhidas nos abrigos e 284 escolheram retornar para as respectivas cidades de origem com a ajuda do município e não vivem mais nas calçadas e sob os viadutos de São José.
Persistência
O trabalho da equipe de abordagem é perene. Sempre há novas pessoas nas ruas. Vindas de outras cidades ou que deixaram suas casas, em função do consumo de drogas, sem contar aquelas que já são até conhecidas pelo nome, por conta do tempo e da quantidade de vezes que foram abordadas. Como ninguém é obrigado a aceitar acolhimento ou auxílio, o segredo é ter paciência, sensibilidade e não desistir.
“Quando eles não aceitam a gente procura não se frustrar. São pessoas que não estão acostumadas as serem cuidadas, por isso quando eles encontram alguém que se dedica, têm dificuldade de aceitar. Então, a gente não desiste. É um dia após o outro. Um dia eles acabam aceitando”, afirma Dayse Iara Santana, assistente social, que atua na abordagem de rua há 2 anos e 6 meses.
Mas, para ela, quando alguém aceita ajuda, acolhimento, o que fica é a sensação de dever cumprido “A assistência social existe para isso mesmo, para garantir um direito que eles têm ao cuidado”.
Na semana em que se comemora o Dia do Assistente Social, Dayse se declara “eu escolhi ser assistente social, é a profissão que eu amo. Poder contribuir para a vida do outro, é o melhor. O maior presente que eu poderia receber todos os dias”, conclui.
Quem quiser auxiliar uma pessoa em situação de rua pode acionar a equipe do Apoio Social pelo 153 ou 156.
Centro Pop
O Apoio Social é a porta de entrada para a população de rua. Para quem aceita auxílio, seja ele para abrigo, seja para alimentação e banho, o destino é o Centro Pop, espaço mantido pela Prefeitura para receber e fazer a avaliação de cada um e fazer o encaminhamento adequado às respectivas necessidades.
De onde vem, o que pretende, porquê está na rua, projeto de vida, se necessita de atendimento de saúde, documentação ou se tem direito a benefícios são algumas das informações coletadas pelos assistentes sociais do Centro Pop. Somente em abril, por lá passaram 434 pessoas.
O Centro Pop (Serviço de Abordagem Social e Centro de Atendimento ao Migrante) funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h e fica rua Itororó, Nº 343 – Vila Piratininga. Telefone: 3941-6024 / 3921-7080
Foto: Claudio Vieira/PMSJC