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Brasileiro cria mosquito Aedes sem vetor da dengue e entra na lista dos cientistas que mudaram a ciência em 2025

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Foto: Peter Iliccie/WMP Brasil/Fiocruz

O pesquisador da Fiocruz Luciano Moreira foi reconhecido nesta segunda-feira (8) como um dos dez nomes que influenciaram a pesquisa científica mundial em 2025. O anúncio foi feito pela revista Nature, considerada uma das publicações mais importantes do setor. A escolha destaca o trabalho desenvolvido no Brasil para reduzir a transmissão de doenças pelo mosquito Aedes aegypti.

Moreira fabrica mais de 80 milhões de ovos de mosquitos modificados por semana, que recebem a bactéria Wolbachia, que impede a replicação de vírus como dengue, zika e chikungunya dentro do inseto. A estratégia busca diminuir a circulação das doenças sem eliminar a espécie.

A iniciativa surgiu após 17 anos de pesquisa em laboratório. Nesse período, Moreira identificou que a Wolbachia, presente naturalmente em insetos como a mosquinha da banana, impede que o vírus se multiplique no organismo do Aedes. A técnica consiste em introduzir a bactéria nos ovos, fazendo com que ela passe de uma geração para outra, o que reduz custos e acelera resultados.

Hoje, mosquitos com Wolbachia já estão presentes em 16 cidades brasileiras por meio de uma parceria com o Ministério da Saúde. Uma pesquisa publicada em novembro na revista The Lancet mostrou redução média de 63% dos casos de dengue nas áreas onde o projeto foi aplicado. Algumas regiões registraram quedas de até 89 por cento.

A inclusão do pesquisador na lista da Nature coloca seu trabalho ao lado de avanços científicos globais. A edição também destacou feitos como o tratamento que reescreveu o DNA de um bebê e a construção da maior câmera astronômica do mundo no Chile. O reconhecimento reforça o impacto do projeto desenvolvido no Brasil e amplia a visibilidade internacional da abordagem baseada na Wolbachia.

No país, mais de 1,7 mil pessoas morreram por causa da dengue no ano de 2024. Especialistas avaliam que mudanças climáticas e expansão urbana favorecem a proliferação do mosquito. Por isso, pesquisas como a de Moreira ganham relevância na busca por soluções duradouras.

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