Como proteger nossas crianças e jovens no ambiente virtual?

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Por Claudia Del Corto

O ambiente de nossas casas, muitas vezes, parece inviolável e nos dá a sensação de que nossas crianças e jovens estão protegidas. Mas, será que estão mesmo protegidos quando entram em espaços virtuais?

Uma pesquisa de 2019 da “TIC Kids online Brasil” sobre o uso da internet por crianças e jovens antes da pandemia constatou que 82% já eram usuários e 97% tinham perfil nas redes sociais. Muitas afirmaram terem tido contato com sites inapropriados para a idade e entrado em grupos de adultos criando perfil falso. Nossas crianças e jovens são nativos digitais e suas relações de convivência estruturam-se nesse contexto. O ambiente virtual pode trazer vantagens, mas precisa ser acompanhado pelo olhar do adulto.

Não basta lhes dizer que devem ter cuidado, ficar atentos, que não forneçam dados pessoais, não ofendam ou não se deixem ser ofendidos. Isso não é suficiente! Eles também se imaginam protegidos até sofrerem uma violação. Muitos dos que sofrem atos violentos sentem-se responsáveis por não se “encaixarem nos padrões” determinados pelos grupos e, por vezes, não buscam ajuda e ficam com a sensação de culpa e fracasso, o que pode ser muito prejudicial. Fecham-se em si mesmos ou reproduzem, em outros núcleos da rede, a violência vivida.

Isso é um problema social e não podemos nos eximir da responsabilidade. É preciso falar sobre isso, mesmo que não seja vivido em nossa casa. Provavelmente um amigo pode passar por isso, ou podemos até ter em casa o agente dessas ações violentas. É necessário conversar tanto sobre quem sofre essas ações, como quem as pratica. Isso amplia a perspectiva de se colocar nas diversas situações da vida, o que é importante para nossas crianças e jovens, para que não recebam passivamente as vivências. Conversar sobre filmes, histórias e reportagens a respeito de temáticas de convivência são uma grande chance para não acharem natural agredir ou ser agredido. Dialogar sobre as relações interpessoais é uma ferramenta para avançarmos na convivência e protegermos nossas crianças e jovens.

Questões que podem ser propostas: O que você faria se fosse você? O que você sentiria se fosse você? O que a pessoa que está passando por isso pode estar sentindo? O que você faria para ajudar se estivesse vendo o que está acontecendo? Como as coisas poderiam ser resolvidas com segurança?

Questões como essas permitem olhar para cada pessoa envolvida e promovem descolamentos em diferentes contextos para fortalecer a posição cognitiva e, também afetiva diante das relações de convivência. Isso não é simples, mas faz muita diferença quando partilhado entre crianças, jovens e adultos.

Cláudia Del Corto mora e tem um espaço de atendimento em psicopedagogia e psicanálise no Urbanova

(12) 99139-3609

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