Eu moro no Urbanova
Por Lina Braga
Edição de Julho de 2015
Dados pessoais: Dr. Carlos Henrique Mangeon, 71 anos, casado 2 filhos
Formação profissional: formado em Medicina pela Universidade Federal de Medicina de Juiz de Fora, com mestrado e residência na Escola Paulista de Medicina.
O inverno chegou. E com ele a falta de chuvas, a baixa umidade do ar e temperaturas mais frias.
Você sabe em quais aspectos essas características meteorológicas podem prejudicar sua saúde?
Segundo o médico otorrinolaringologista, Dr. Carlos Henrique Mangeon essas são as principais causas da contaminação entre seres humanos por doenças respiratórias, visto que 95% destas doenças são virais e a proliferação ocorre com facilidade em ambientes fechados, com densa movimentação de pessoas.
Ônibus lotados, cujas janelas permanecem fechadas devido ao frio da manhã, cinemas cheios nas matinês de sábado, praças de alimentação de shopping com crianças e adultos que na maioria das vezes não lavam as mãos antes de suas refeições.
Aliás, são comportamentos simples, óbvios e baratos que podem evitar uma contaminação:
– Lavar as mãos com sabonete;
– Hidratar-se com frequência,
– Usar roupas adequadas e sempre limpas,
– Evitar ambientes fechados e aglomerados.
Dicas saudáveis de higienização diária, sugeridas pelo médico Dr. Mageon:
– Lavar as narinas com soro fisiológico diariamente: basta esguichar o soro abundantemente no interior das narinas e não se importe em não engolir o soro. Não há qualquer problema.
– O gargarejo com salmoura morna: aqueça um copo de água adicionado de uma colher (de café) de sal e faça o gargarejo antes de dormir.
Merecem atenção especial os integrantes das faixas etárias mais susceptíveis às doenças virais, especialmente entre os meses de abril a setembro.
– Crianças com idade entre 0 e 7 anos ainda estão com seu sistema imunológico em formação; da mesma forma, os idosos já têm seus sistemas imunológicos mais vulneráveis.
Otorrinolaringologia
Especialidade dedicada à saúde da garganta, nariz e ouvidos. Por consequência, o otorrinolaringologista cuida da audição, respiração, voz e o que se relacione com as áreas da garganta e cabeça.
Em nossa coluna Eu moro no Urbanova entrevistamos o médico fluminense Dr. Carlos Henrique Mangeon, com 45 anos de atuação em São José dos Campos, cuja história na cidade se misturou ao surgimento de nosso bairro.
Em sua verde residência, aqui no Urbanova, o silêncio impera, sobe as escadas e toma conta do escritório deliciosamente repleto de livros, lidos, revistos, à mão e, claramente, à disposição da próxima leitura. E a literatura, absolutamente eclética, passeia entre medicina, botânica e gastronomia, outra de suas aptidões.
Recentemente foi agraciado com o título de Cidadão Honorário de São José dos Campos pela Câmara Municipal.
Durante as horas de conversas que tivemos em função desta entrevista, tivemos a certeza de que não estávamos apenas de um grande médico, mas também de um homem com larga visão humanista, que valoriza as artes, a cultura, as memórias e os laços familiares.
Que se lembra do nome de seu paciente nº 01, que valoriza o ouvir, o examinar e a atenção dedicada ao paciente e sua história.
Que mantém guardado o telefone de manivela usado à época para contatar sua irmã, nos EUA, através da telefonista e esta lhe pedia para aguardar 24 horas para completar a ligação.
Que não possui computador no escritório nem mantém algum e-mail, mas abre exceção da distância da tecnologia para contatar seus filhos distantes via Skype quando a saudade aperta.
Que cuida com carinho de seu pet de cinco anos, um coelhinho chamado Bruno, que atende prontamente ao seu chamado para compartilhar seu sofá nas horas de leitura.
Dr. Mangeon, por que escolheu São José dos Campos, e especificamente o Urbanova?
Sou do tempo em que quem nascia no Estado do Rio era chamado Fluminense. E sou fluminense do Distrito de Ilha dos Pombos, Carmo, RJ. Na minha vida muita coisa boa aconteceu por acaso. Um colega que se mudou para cá me convidou a conhecer a cidade e, em dado momento, resolvi vir e gostei do que vi. A princípio comecei a clinicar na cidade apenas uma vez por semana, depois passei para duas vezes por semana, na Clínica São José, em 1973. E assim fui ficando. Depois abri meu primeiro consultório no Ed. São Lucas, no São Dimas. Depois, em parceria com outro colega, mudei para a R. Pudente M. Morais. Já em 2000, transferi meu consultório para a Av. São João.
Mas em 1973 eu tinha um amigo, também médico que tinha uma chácara, (onde hoje é uma escola infantil na Av. Possidônio) onde vínhamos jogar futebol. Certo dia, saí antes do final do jogo, peguei o carro e resolvi ver onde terminava aquela estrada de terra e vim parar no que hoje é o Condomínio Chácara dos Eucaliptos, onde moro. Aqui não havia nada mesmo, só eucaliptos, mato e uma casinha no fundo. Achei lindo o lugar e sempre quis morar numa chácara. Havia uma placa de Vende-se, anotei o número e liguei.
Quando comprei meu terreno aqui me chamaram de maluco. Trouxe minha mulher para ver e ela se assustou; naquela época já tínhamos um filho e ela estava grávida de nossa filha. Nos mudamos de vez para São José em novembro de 1974.
Achei um lugar muito legal… e ainda achei que esse lugar teria um grande futuro.
Em sua opinião, no que o Urbanova necessita melhorar?
Necessito citar duas urgentes melhorias a tratar no Urbanova: O acesso viário ao bairro: um único acesso já não basta para a movimentação de todo o bairro. Necessitamos um novo escoamento efetivo e eficiente. Segurança: o bairro já pede por uma base policial. Há assaltos e roubos tanto aos transeuntes como aos atletas nas avenidas, não importando a hora do dia ou da noite.
O que mais gosta no bairro?
Adoro a natureza, principalmente os pássaros e as árvores. Tanto que fui eu quem arborizou este condomínio. Plantei 280 árvores, dentre elas muitas das chamadas nobres como Pau-Brasil, Sobreiro, Jacarandá da Bahia, Jacarandá, Jequitibá…
Costumava caminhar pelas matas locais e observar os pássaros com binóculos…
O silêncio local também é algo que valorizo e que alimenta minhas horas de leitura. Leio muito mesmo. Até parei de assinar jornal para manter o prazer de caminhar até a banca e conversar com as pessoas na rua.
E me sinto tão feliz aqui, com as pequenas coisas boas que a vida nos dá.
*Lina Braga é pedagoga, ombudsman e administradora de empresa.
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