Por Cláudia Del Corto
Nas redes sociais, onde se busca incessantemente mostrar felicidade, é crucial discutir o papel da tristeza no desenvolvimento emocional de nossos filhos. Isso não é relevante apenas para os pais, mas também para escolas e, sobretudo, para jovens que crescem num mundo cada vez mais voltado à performance e à exposição online.
A tristeza frequentemente é encarada como uma emoção indesejada, devendo ser evitada a todo custo. Recentemente, ouvi uma mãe dizer à sua filha adolescente, ao buscá-la na escola: “Por que essa cara triste num dia tão lindo? Seja grata e mude isso.” A tristeza, contudo, é uma reação natural a perdas, desafios e frustrações. É importante entender que a saúde emocional envolve a aceitação e compreensão de todas as emoções.
Numa sociedade focada em exibições online e sucesso constante, nossos filhos enfrentam pressões esmagadoras para parecerem sempre felizes e bem-sucedidos. Essa expectativa pode gerar sentimentos de inadequação, ansiedade e isolamento quando a realidade difere das aparências e cria uma percepção distorcida do bem-estar.
Tanto escolas quanto famílias têm um papel fundamental nessa discussão. Ao promover ambientes que valorizam a competição incessante e a superficialidade, inadvertidamente podem contribuir para o estresse emocional de alunos e filhos.
Reconhecer a tristeza como uma parte legítima de nossas emoções e permitir sua expressão e compartilhamento ajudará nossas crianças e jovens a crescerem emocionalmente saudáveis.
Cláudia Del Corto é pedagoga com especialização em psicopedagogia e psicanálise.
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