Por Cláudia Del Corto
No intricado tecido da mente, uma dança sutil entre lembrar e saber delineia o contorno da compreensão. Recentemente, um impactante artigo da BBC explorou essa dualidade, revelando que muitos, embora capazes de saber nomear e descrever, limitam-se à superfície. Para aproveitar o que sabemos, é fundamental desenvolver lembranças, formadas por narrativas.
Análises aprofundadas revelam lacunas preocupantes sobre como cada vez mais estamos distantes de construir narrativas. As experiências de nossas crianças e adolescentes têm sido expressas de forma fragmentada, desconectadas de narrativa e desvinculadas do processo. Contam o fato, mas não a história que o envolve. Assim, a articulação com passado, presente e futuro fica frágil. Torna-se desafiador entrar em contato além do “o quê”. O “como”, “pra quê” e o “por quê” são necessários também. Para isso é preciso:
- Estar presente para ouvir não só palavras, mas sentimentos por trás delas. Empatia constrói pontes de compreensão.
- Fazer perguntas abertas que permitam considerar mais de uma possibilidade: Estimule reflexão com perguntas além de respostas superficiais, incentivando o pensamento crítico. E se?
- Desenvolver narrativas compartilhadas- Compartilhe suas histórias, conectando passado, presente e futuro, inspirando crianças a fazerem o mesmo.
- Priorizar experiências que ultrapassem a rotina, transformando o cotidiano em experiência viva e permitindo conexão emocional ao aprendizado.
Afinal, a verdadeira sabedoria reside em lembrar com o coração. Isso só acontece se formos capazes de narrar.
Cláudia Del Corto é pedagoga com especialização em psicopedagogia e psicanálise.
Atendimento no Urbanova: Avenida Antônio Widmer, 827 – Sala 6 – Urbanova
(12) 99139-3609
