Por Tais e Roberta Bento
“Calce seu tênis, pegue a blusa que está em cima da cama e o lanche que está na mesa. Não esquece de apagar a luz quando sair do quarto.”
Se logo depois de dizer tudo isso, você fica muito brava por ver seu filho entrando no carro sem a blusa e sem o lanche e ainda volta e encontra a luz acesa, está na hora de entender que ele não fez isso para provocar você.
Um estudo que acaba de ser publicado no Journal of Cognitive Neuroscience (Periódico de Neurociência Cognitiva) revelou que a memória operacional de crianças entre 5 e 9 anos de idade não consegue armazenar processos que envolvem vários passos, especialmente quando ouvem de uma só vez todas as instruções.
Se a situação se repete com frequência, além do seu stress, enormes são as chances de que seu filho fique com a auto estima prejudicada, já que acaba concluindo que ele tem um problema por não conseguir executar o que os pais esperavam.
Há algumas maneiras de ajudar para que seu filho aprende a exercitar a memória operacional que ainda está em desenvolvimento e para que ele siga capaz e confiante:
- passe instruções uma a uma, separadamente;
- quando não for possível pedir uma coisa de cada vez, deixe uma listinha para que ele confira cada item, no caso de já ser alfabetizado.
- Se ainda não souber ler, a lista pode conter desenho ou figuras recortadas de revistas. Ele vai adorar conferir a lista conforme executa as tarefas;
- ao passar as instruções do que precisa que ele faça, peça que ele explique para você o que vai fazer, descrevendo os passos que seguirá.
Muitas vezes a criança acaba sendo rotulada como desatenta ou distraída, quando está somente passando por uma das etapas de desenvolvimento perfeitamente condizente com sua idade. O grande problema é que o rótulo colocado nessa fase o fará acreditar que tem algum problema com o qual terá que conviver pelo resto de sua vida – tudo o que nós mães não queremos para nossos filhos!
Essa pequena mudança na comunicação na rotina da família terá um alto impacto positivo no processo de aprendizagem e na convivência com os amigos na escola.
Taís e Roberta Bento são idealizadoras do Projeto SOS EDUCAÇÃO
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