Por Cláudia Del Corto
Lembrar é uma capacidade que tem nos garantido a nossa sobrevivência ao longo de toda a história da humanidade. Com o tempo, fomos aprimorando essa capacidade.
A lista do que vale ser lembrado é grande: experiências vividas, compromissos, eventos, momentos da rotina, conceitos a serem utilizados numa prova ou atividade escolar, trajetos, onde colocamos a chave do carro ou de casa quando precisamos e por aí vai. Tudo o que é lembrado, torna-se base para a continuidade de muitas vivências e possibilidade de novos aprendizados.
A atenção que temos no momento em que fazemos algo, contribui para que a memória seja usada de modo satisfatório. Revisitar e retomar o que foi vivido até 24 horas após o primeiro contato, registrar, falar a respeito, consultar a informação posteriormente. Isso ajuda no armazenamento necessário do que precisamos guardar.
Mas será que precisamos armazenar tudo na memória? Por que tem coisas que não lembramos?
Temos a ilusão de que o nosso cérebro tem capacidade ilimitada e que usamos apenas um percentual dessas capacidades. Porém, o fato é que só podemos usar nossas capacidades de uma forma extraordinária e criativa, justamente porque nossa capacidade de uso é limitada.
Estudos do neurologista português Pedro Cabral em 2011, mostram que a limitação da memória é condição necessária para o funcionamento normal. Como a capacidade do cérebro é limitada, precisamos renovar para poder incorporar novos conceitos e adotar estratégias de economia para nos adaptarmos às novas circunstâncias.
Assim, a memória tem um funcionamento fabuloso não só pelo que consegue guardar e lembrar, mas pela condição de se modificar e de esquecer recordações, informações, acontecimentos e rotinas que, se não fossem esquecidas e apagadas, tornariam nossa vida extremamente difícil.
Lembrar, assim como esquecer, são importantes para abrir novos espaços nas experiências cotidianas. Ampliar nossa relação com o que lembramos e o que esquecemos é muito importante. Isso nos permite alcançar aprendizados fundamentais para nossas vidas.
Cláudia Del Corto é pedagoga com especialização em psicopedagogia e psicanálise.
Atendimento no Urbanova: Avenida Antônio Widmer, 827 – Sala 6 – Urbanova
(12) 99139-3609
Siga nosso Instagram: @revistaurbanova
Clique aqui e faça parte do nosso grupo de notícias no WhatsApp!
Sugestões de pauta:jornalismo@revistaurbanova.com.br
Comercial: comercial@revistaurbanova.com.br