Por Cláudia Del Corto
Alguns pais com quem tenho conversado dizem que acreditam no potencial do elogio e buscam ressaltar nos filhos características que eles querem ver desenvolvidas por meio desse incentivo.
“Digo ao mais velho que ele é muito inteligente. E com o mais novo vou pelo mesmo caminho, mostrando com minha fala que é muito bonzinho e esperto.”
Mas será que toda forma de elogio tem impacto positivo?
Quando ressaltamos elogios à personalidade: “ele é bonzinho, inteligente, forte” cria-se uma tendência da pessoa que recebe o elogio de querer manter aquela imagem, tornando-se menos flexível com seus erros e assumindo menos riscos para não “perder” a imagem criada. Isso é fato!
A tentativa para manter-se naquele mesmo lugar em que a personalidade foi elogiada, o faz muitas vezes agir para agradar o adulto. Isso dificulta a construção de uma atitude segura sobre si mesmo.
Robert K. Merton denomina esse estado de profecia autorrealizadora na qual o sujeito pode se aprisionar nas próprias ações e ocultar possibilidades para tentar manter a imagem (tanto aspectos positivos como negativos entram aí). Com o tempo, isso não se sustenta, pois não somos uma coisa ou outra o tempo todo. Quando digo “você é inteligente”, estou determinando uma condição. Quando digo “você teve uma atitude inteligente“, a abordagem volta-se para as atitudes. Pequeno detalhe que faz toda a diferença!
É importante desenvolvermos aspectos positivos da personalidade, mas para alcançar isso, é importante valorizar as atitudes em si, porém de forma descritiva e não colada à personalidade. Sim, uma pequena alteração na forma de elogiar transforma e amplia as possibilidades.
A ideia proposta aqui é estabelecer o uso de elogios apreciativos que descrevem e valorizam a atitude em vez de elogios valorativos que ficam fixados na personalidade. Que tal praticar?
Cláudia Del Corto é pedagoga com especialização em psicopedagogia e psicanálise.
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